O Grupo de dança, tocadores de fandango e mestres artesãos de Cananéia tem como objetivo promover a cultura caiçara local.
O Grupo já participou de eventos nos seguintes lugares: Revlando São Paulo, Revelando Vale do Ribeira, SESC Itaquera, SESC Santos, SESC Pompeia, Mercado Paulista Solidário, Centro Cultural Plínio Marcos (Ilha Comprida/SP), II Festa de Violeiros de Votorantim/SP, Escolas da Rede Pública de Cananéia/SP, Festa Caiçara de Paranaguá/PR, Encontro de Fandango de Guaraqueçaba/PR, Festa do Livro em Paraty/RJ, Festa Caiçara de Peruíbe/SP e no Projeto Olhares Caiçaras.
Atualmente realiza Oficinas de Fandango com ensaios às quartas-feiras, das 19h00 às 20h00, na Praça Theodolina Gomes, na Rua do Artesão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Painel na Rua do Artesão

Amir Oliveira Garcia Filho A Rua do Artesão ganhou um painel decorativo, com o objetivo de divulgar a Cultura do Fandango Batido com as tamancas. O painel foi confeccionado em mutirão pelo Grupo de Fandango São Gonçalo, retratando o Centro Histórico de Cananéia.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Breve histórico da folia do Divino em Cananéia

Por Amir Oliveira Garcia Filho e Neyton João Pontes Trazida pela rainha Isabel de Portugal no século XVII, a Festa do Divino Espírito Santo é uma das mais antigas manifestações religiosas do Brasil. A Bandeira, junto com a Festa do Divino, é uma das mais antigas expressões da nossa cultura e religiosidade, trazida pelos colonizadores portugueses. Quando o povo fala de “O Divino” sem explicar o uso dessa expressão, está presente que se trata do espírito Santo do sinal da cruz. A visita da Bandeira do Divino aos bairros rurais e aos sítios do interior das paróquias é um tempo de profunda vivência religiosa quando a família convida os foliões a entrar na casa com a Bandeira, enquanto, todos ouvem com muita devoção a cantoria dos foliões e prestam sua veneração à Bandeira, beijando as fitas ou a pombinha que está afixada no topo da Bandeira vermelha e representa o Divino. Em seguida o povo dá sua oferta, antigamente “in natura” com produtos da lavoura, hoje mais em dinheiro. Há pessoas que fazem questão de fixar a cédula de sua oferta a uma das fitas. Depois, a família oferece café e alguma comida aos foliões e alguma coisa como balas ou bolo aos devotos que acompanham a Bandeira de casa em casa enquanto ela está no bairro. Na casa onde almoçam, os foliões possam muito bem, melhor ainda na casa onde pousam à noite. Nessa casa, a Bandeira é coberta com um pano vermelho e encerrada em lugar protegido. Este rito solene de encerrar a bandeira, provavelmente tem a ver com o fandango que ocorria nas casas onde os foliões pousavam. Quem não gostaria de participar de um fandango por tão bons músicos?! Mas a Bandeira era coberta, separando, deste modo tradicional respeitoso, o sagrado do mundano. Dessas coisas, o povo não fala, mas todo mundo sabe que “deve ser feito assim”. A despedida da Bandeira é outro momento cheio de devoção e respeito. Depois da cantoria da despedida, os moradores da casa beijam a Bandeira e os foliões partem para a próxima casa onde foram convidados ou se despedem no porto para pegar o barco – antigamente eram sempre canoas a remo – para viajar ao próximo bairro. Essa festa riquíssima em tradição, sentimentos e gestos religiosos é muito antiga e ficou guardada com profundo respeito desde as tradições trazidas pelos portugueses que nos primeiros séculos da colonização ainda guardavam a religiosidade medieval do sul da Europa. Esta parte da Europa não tinha sofrido a influência da reforma protestante, assim que o Concílio de Trento (1545 – 1563) de início não atingiu a religiosidade católica da península ibérica nem suas colônias. A Bandeira do Divino sai em Cananéia da Igreja Matriz para os bairros e os sítios do interior do município. Esta despedida deve ser feita a cada ano, no dia três de maio (antigamente, dia da exaltação da Santa Cruz). Acontecem Oficinas de Romaria na Casa do Fandango, às segundas-feiras, às 19h, com o Grupo de Fandango Batido São Gonçalo. Participe!